O Shih Tzu é uma das raças mais queridas e populares entre os cães de companhia. Com seus olhos grandes e expressivos, pelagem longa e sedosa, e um temperamento dócil, esse pequeno cão conquista corações por onde passa. Mas por trás da aparência fofa e do comportamento encantador, existe uma história rica e milenar que merece ser contada.
Neste artigo, vamos explorar a origem do Shih Tzu, o contexto histórico em que a raça foi desenvolvida, o significado de seu nome e como essa trajetória moldou as características que conhecemos hoje. Se você é tutor de um Shih Tzu ou simplesmente admira a raça, prepare-se para uma verdadeira viagem no tempo!
As raízes antigas do Shih Tzu
A origem do Shih Tzu remonta à China antiga, embora existam evidências de que seus ancestrais tenham vindo do Tibete. Os monges tibetanos criavam cães pequenos, de pelos longos, com características semelhantes ao Shih Tzu atual, e os ofereciam como presentes aos imperadores chineses da Dinastia Tang (618–907 d.C.).
Esses cães eram valorizados não apenas por sua aparência encantadora, mas também por seu simbolismo espiritual. Acreditava-se que eles afastavam os maus espíritos e traziam boa sorte.
Com o tempo, esses cães foram cruzados com raças chinesas locais, especialmente o Pequinês, resultando em um cão com feições ainda mais marcantes: o focinho achatado, a pelagem densa e o porte compacto. Assim começou a se formar o que hoje conhecemos como Shih Tzu.
O significado do nome “Shih Tzu”
O nome “Shih Tzu” vem do mandarim e significa literalmente “cão leão”. Esse nome tem uma origem profundamente espiritual e simbólica. Na cultura budista, muito presente no Tibete e na China antiga, os leões eram considerados guardiões sagrados dos templos e representações de força, proteção e sabedoria.
Embora o Shih Tzu seja pequeno e delicado, ele foi nomeado como “leão” justamente por esse simbolismo. Sua pelagem ao redor do rosto lembra a juba de um leão, e sua postura orgulhosa e altiva reforça essa conexão espiritual.
Na arte chinesa e nas esculturas religiosas da época, é comum ver leões protetores em frente aos templos. O Shih Tzu, criado para viver junto à nobreza e à realeza, incorporava esse símbolo vivo de proteção e nobreza.
O Shih Tzu na corte imperial chinesa
Durante as dinastias Ming (1368–1644) e Qing (1644–1912), o Shih Tzu tornou-se extremamente popular na corte imperial chinesa. Era comum que esses cães vivessem dentro do palácio, rodeados de cuidados luxuosos. Eles eram tratados como verdadeiros membros da realeza, recebendo alimentos especiais, caminhas bordadas e atenção constante.
A criação dos Shih Tzus era extremamente controlada: apenas a nobreza tinha acesso aos melhores exemplares, e qualquer cruzamento era supervisionado por pessoas próximas ao imperador. Por isso, durante séculos, o Shih Tzu foi uma raça “secreta”, pouco conhecida fora da China.
Reza a lenda que as damas da corte levavam os Shih Tzus dentro das mangas largas de seus vestidos, e que alguns até dormiam nas camas das princesas. Além disso, acreditava-se que os Shih Tzus eram reencarnações de monges e espíritos protetores.
A chegada do Shih Tzu ao Ocidente
Foi somente no século XX que o Shih Tzu começou a se popularizar fora da China. Durante a Revolução Comunista Chinesa, no final da década de 1940, muitos cães foram perdidos. Felizmente, alguns exemplares haviam sido levados para a Europa antes disso, especialmente para a Inglaterra e a Noruega.
Os primeiros Shih Tzus a chegar à Europa foram cruzados com Lhasa Apsos e outros cães similares, a fim de preservar a linhagem. Esses criadores se empenharam em manter as características originais da raça, como o focinho curto, a pelagem densa e o temperamento afetuoso.
Aos poucos, clubes de criadores começaram a se formar, e o Shih Tzu foi sendo reconhecido por entidades como o The Kennel Club (Reino Unido) e, posteriormente, pelo American Kennel Club (AKC), nos Estados Unidos, na década de 1960.
A evolução do padrão da raça
Hoje, o Shih Tzu é reconhecido como um cão do grupo dos “cães de companhia” por federações de cinofilia em todo o mundo. Seu padrão inclui características como:
- Porte pequeno e robusto
- Cabeça larga e redonda, com olhos grandes e expressivos
- Pelagem longa, densa e lisa
- Cauda curvada sobre o dorso
- Personalidade alegre, dócil e independente
É importante lembrar que o Shih Tzu não é um cão de guarda, de caça ou de trabalho. Ele foi criado única e exclusivamente para ser um companheiro — e isso explica seu apego aos tutores, sua natureza gentil e sua capacidade de viver bem em ambientes menores, como apartamentos.
O Shih Tzu no Brasil
No Brasil, a raça ganhou muitos admiradores a partir da década de 1990, quando se tornou símbolo de elegância e companheirismo. Por se adaptar bem ao clima (com os devidos cuidados com o calor), à vida em apartamento e por se dar bem com crianças e idosos, o Shih Tzu logo se popularizou entre as famílias brasileiras.
Hoje, é uma das raças mais registradas no país, com grande presença em feiras de pets, clínicas veterinárias e concursos de beleza canina.
Curiosidades sobre o Shih Tzu
- Cão de colo por excelência: Seu temperamento calmo e seu tamanho o tornam ideal para ficar no colo.
- Pelagem requer cuidados: A beleza da pelagem exige escovação diária e banhos regulares.
- Muito expressivo: Eles se comunicam com o olhar, com pequenos sons e gestos.
- Adoram companhia: Não gostam de ficar sozinhos por longos períodos.
- São independentes, mas afetuosos: Eles não são tão obedientes quanto outras raças, mas têm muito amor para dar.
Conclusão: um cão com alma de imperador
O Shih Tzu é mais do que um cão bonito. Ele carrega consigo uma herança milenar de espiritualidade, nobreza e afeto. Desde os templos do Tibete até os palácios chineses, da realeza até os lares modernos, esse pequeno leãozinho encantou gerações e segue conquistando corações com sua presença tranquila e amorosa.
Se você tem um Shih Tzu em casa, saiba que está ao lado de um pedacinho da história — um companheiro que foi moldado por séculos para estar ao seu lado. E como todo ser especial, merece todo o amor, respeito e cuidado que pudermos oferecer.
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